Noradrenalina e ocorrência de distúrbios gastrointestinais em pacientes críticos
Sofia Souza da Cunha, Susiane Adrine de Araújo Santiago, Gabriel Bezerra de Souza, Ítala Maria Araújo Andrade, Cristina Tavares de Aguiar Avilar, Cawana da Silva do Nascimento, Cláudia Sena de Pádua, Patrícia Rezende do Prado
Resumo
Introdução: Durante o tratamento do paciente grave, podem ocorrer alterações hemodinâmicas importantes e, para reestabelecer essa demanda de oxigênio e de nutrientes aos tecidos, são utilizadas as chamadas Drogas Vasoativas (DVA), como a noradrenalina. Contudo, essas drogas podem prejudicar a absorção de nutrientes e aumentar a predisposição desses pacientes à intercorrências gastrointestinais, por exercerem função vasoconstritora. Com isso, este trabalho tem por objetivo avaliar a associação entre o uso de noradrenalina com a ocorrência de distúrbios gastrointestinais em pacientes em terapia nutricional (TN) de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Estudo transversal com 109 participantes realizado de setembro de 2020 a abril de 2021 em uma UTI. Para testar a associação utilizou-se o teste do Qui-quadrado de Pearson e/ ou o teste exato de Fisher, quando apropriado, com significância de 95%. A medida de associação foi a razão de chances (OR) bruta e ajustada. Resultados: As variáveis característica das evacuações, êmese, abertura da sonda nasoentérica, suspensão da dieta, alcance da meta proteica de 1,5 g/kg de peso por dia ao terceiro dia de internação e desfecho dos pacientes foram estatisticamente significativas ao uso de noradrenalina. Conclusão: É necessário estabelecer um volume e dose adequados de drogas vasoativas e nutrição enteral para pacientes críticos, visando a prevenção da êmese, suspensão da dieta e não alcance da meta proteica. Também é fundamental elaborar protocolos clínicos que permitam uma melhor avaliação e oferta nutricional a pacientes críticos.